Tudo o que você precisa saber sobre ansiedade para cuidar melhor da sua saúde mental
- Carolina STOFFEL BARBOSA
- 13 de set.
- 3 min de leitura
Introdução
A ansiedade não é apenas “preocupação demais” ou nervosismo antes de uma prova. Quem convive com ela sabe o quanto pode ser desgastante, impactando o sono, o corpo e até as relações pessoais.
Como psiquiatra, já acompanhei centenas de pacientes com esse sofrimento silencioso. E falo também de um lugar de experiência pessoal: eu mesma já sofri com um transtorno de ansiedade generalizada. Isso me permite compreender de forma ainda mais profunda os desafios que cada paciente enfrenta.
Posso afirmar: entender a ansiedade, reconhecer seus sinais e enxergar como o tratamento adequado pode transformar vidas é o primeiro passo para recuperar o equilíbrio da saúde mental. É exatamente sobre isso que vou falar neste texto.
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O que é ansiedade e por que merece atenção?
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de alerta — ela prepara o organismo para reagir diante de riscos. Mas quando passa a ser intensa, frequente e desproporcional, deixa de ser uma aliada e se torna um transtorno que compromete a saúde, como um todo!
Muitas vezes, os pacientes descrevem a sensação como estar com o “coração na boca” o tempo todo, sem conseguir relaxar, um “nó na garganta”. Essa hipervigilância constante drena energia, aumenta o estresse e interfere na qualidade de vida. Por isso, a ansiedade merece atenção médica: não é frescura, nem falta de controle, é uma condição clínica que precisa de cuidado.
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Quais são os sintomas ou sinais de alerta?
Muita gente sente sintomas de ansiedade e nem percebe que podem estar relacionados ao transtorno. Entre os principais sinais estão:
•Preocupação excessiva e difícil de controlar.
•Insônia ou sono agitado.
•Cansaço e falta de energia.
•Taquicardia, tremores ou falta de ar.
•Dificuldade de concentração.
•Irritabilidade e tensão muscular.
•Crises de pânico ou sensação de que algo ruim vai acontecer.
👉 Se você se identificou com esses sintomas, não ignore. Agende sua consulta!
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Causas e fatores de risco
A ansiedade é multifatorial. Isso significa que pode surgir a partir da combinação de diferentes fatores:
•Biológicos: predisposição genética, alterações nos neurotransmissores.
•Psicológicos: traumas, estresse crônico, personalidade mais sensível.
•Sociais: pressões no trabalho, isolamento, dificuldades financeiras.
•Hábitos de vida: sono irregular, excesso de cafeína, má alimentação, sedentarismo.
Cada paciente carrega uma combinação única desses fatores. Por isso, o tratamento precisa ser individualizado, considerando tanto o contexto de vida quanto a biologia de cada pessoa.
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Como o médico pode ajudar no tratamento da ansiedade
O acompanhamento médico vai muito além da prescrição de medicação. O papel do psiquiatra é ouvir a história completa do paciente, identificar gatilhos e orientar um plano de tratamento que pode incluir:
•Psicoterapia (fundamental para reestruturação de pensamentos e emoções).
•Medicamentos, quando necessários, para estabilizar sintomas.
•Orientações práticas: regular o sono, incentivar atividade física, orientar alimentação equilibrada e técnicas de manejo do estresse.
Quando o paciente recebe esse cuidado integrado, não ganha apenas alívio dos sintomas. Ele conquista clareza mental, melhora da disposição, mais equilíbrio emocional e maior qualidade de vida.
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O que acontece se você não tratar a ansiedade?
Ignorar os sinais de ansiedade ou acreditar que ela “vai passar sozinha” pode ter consequências sérias. O quadro pode se intensificar, gerar insônia crônica, afetar o desempenho no trabalho e nas relações, além de aumentar o risco de depressão e abuso de substâncias.
A longo prazo, a ansiedade não tratada pode se tornar debilitante, comprometendo o corpo e a mente. Buscar ajuda é uma forma de recuperar bem-estar, prevenir complicações e retomar o controle sobre a própria vida.
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👉 Dra. Carolina Stoffel | Psiquiatra
CRM-RJ 52.99777-3 | RQE 28669
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